Resenha: A princesa Perdida: Maha Akhtar

Esta não é uma história de ficção, mas bem que poderia ser. No leito de morte de sua mãe, a jornalista Maha Akhtar descobre, aos 41 anos, que o pai que conheceu a vida toda não é seu pai biológico. Na verdade, ela é filha de um marajá indiano e neta do famoso casal Anita Delgado, uma das mais famosas dançarinas de flamenco, e Jagatjit Singh, marajá de Kapurthala. Maha não consegue acreditar nisso. E, para piorar, está passando por um momento terrível em sua vida profissional (acabou de perder o emprego) e amorosa (seu namorado de longa data acaba de se mudar para outro país). Diante dessa revelação bombástica, Maha perde o chão, perde suas referências. Mas, ao mesmo tempo, começa a descobrir um universo completamente novo. Ao sair em busca de informações sobre seu verdadeiro pai e sobre sua nova e desconhecida família indiana, ela, ao mesmo tempo, desenvolve uma busca interior, na tentativa de descobrir quem ela realmente é. Nesse processo, ela também redescobre suas raízes na família de sua mãe, estreitando os laços com todas as figuras femininas fortes que passaram por sua vida. As histórias que Maha nos conta nos fazem percorrer cenários e culturas aparentemente díspares, de Nova York a Beirute, e de Londres a Nova Déli. E nos levam ainda além, a uma viagem interior que nos permitirá descobrir como alguns sacrifícios do passado nos permitem ser quem somos atualmente.

Editora: Planeta Brasil
ISBN:  9788576658252
Ano da Edição: 2012
Pág: 272
Classificação:






Maha é uma mulher que está no auge de sua carreira, mas ao saber que sua mãe estava morrendo, seus problemas começam aparecer, ou melhor, o passado que ela lutou tanto para esquecer volta para assombrá-la. No leito de morte de sua jovem mãe, ela descobre que o homem que sempre achou que era seu pai, na verdade não era. Maha foi tomada por um turbilhão de sentimentos que ia desde o alívio por aquele homem que tinha o prazer de vê-la chorando não ser seu pai, ao sentimento de confusão por não saber mais quem era. Mas as verdades ocultas não parava por aí, o verdadeiro pai de Maha era filho de Anita Delgado a dançarina de flamenco que virou princesa com o Jagatjit Singh o Marajá de Kapurthala, ou seja, Maha tinha sangue real indiano correndo nas veias. 

Após a morte de sua mãe, Maha se ver sozinha, sem mãe, sem emprego, sem namorado e com muitas pergunta sem respostas. Com poucas informações Maha vai em busca de suas respostas, sua caminhada será longa e muito dolorosa. 



Um livro encantador, quando encontrei esse livro na bienal pulei de alegria, pois fazia algum tempo que queria lê-lo. Para quem não conhece a história de Anita Delgado, sugiro ler a resenha: Paixão Índia
A princesa Perdida não é uma continuação do Paixão Índia, porém as estórias se encontram, e foi disso que gostei, pois me senti familiarizada com o enredo. 

O enrendo pode ser massante algumas vezes, não vou negar que quase pulei capítulos, mas não fiz isso, já que cada página era essencial para entender os sentimentos de Maha. No inicio, pensei que a estória iria girar em torno do verdeiro pai de Maha, no entanto conta-se nos dedos quantas páginas são dedicadas ao verdeiro pai dela.

Chorei porque não a conhecia, porque não chegará a conhecê-la, afastara-a de mim, porque nunca havia lhe dado a chance. Era a minha umma (mãe) a mulher que me carregou em seu ventre por nove meses, que me amou e protegeu como ninguém me disse o que havia feito? Porque todo mundo esperou até sua morte para me contar? Solucei e supliquei a minha mçae que me perdoasse, várias vezes. (pág.130)

A princesa perdida não fala de uma filha que busca o pai, e sim do amor entre uma mãe e uma filha. O livro é emocionante. O coração de Maha guarda muita magoa de sua mãe, mesmo depois de tanto tempo ainda a culpava por muitas coisas. Só que, infelizmente somente após a morte dela é que Maha descobre que sua mãe nunca foi a vilã, na verdade, tudo o que ela fez foi por amor. Somente após a morte dela é que Maha saberá quem realmente ela foi, suas dores, aflições e os motivos dela ter vivido com um homem que a tratava como um lixo e de ter feito o que fez.

Porque não me contou seu segredo? porque desapareceu? Chorava por um passado que havia desaparecido, por um tempo que não voltaria. E, por fim, minha raiva e meus prantos tinham mais  a ver comigo do que com a minha mãe. (pág. 132)

Uma estória de arrependimentos, magoas, raivas, e principalmente da busca pelo o perdão. Maha julgou sem saber quem era o verdadeiro criminoso, só muito tempo depois é que ela descobre que o verdadeiro vilão foi seu próprio orgulho.

Eu me sinto terrivelmente culpada por não ter estado lá, quando ela morreu, por não ter voltado. É como se a tivesse abandonado. (pág. 215)

Maha é totalmente franca na sua escrita, o leitor conhecerá toda a sua estória desde do momento em que descobre sua verdadeira história até o momento que ela conhece sua nova família, porém a sua trajetória não para por aí, o leitor irá conhecer mais a fundo os seus sentimentos de decepção quando  ela descobre que nunca fará parte da família de seu verdadeiro Pai. Um verdadeiro diário cheio de sentimentos e segredos.





2 comentários

  1. Primeiro de tudo: parabéns pela resenha, ficou linda, profunda, intensa, enfim, o que aparentemente o livro pedia que fosse.
    Segundo que fiquei com muita vontade de lê-lo depois da sua resenha, de verdade.
    Estou seguindo e adorando o blog!
    Beijos.
    Tenho um blog sobre filmes, series e cultura no geral. Se puder dar uma conferida eu ficarei muito grata: http://cineleva.blogspot.com.br/ :)

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    1. Olá Willma que prazer em ver você por aqui! Obrigada, que bom que gostou da resenha. Tem certeza que você iria gostar muito da leitura. Vou sim, conferir o blog. beijos e Feliz Natal!!

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