Sinopse: Max era um menino alemão que desde de muito cedo alimentava em seu íntimo um medo incontrolável do tigre de bengala empalhado que ficava na loja de seu pai, um troféu de caça que seu pai conquistou em uma das viagens que fez para África. Era filho de Hans Schmid que era peleteiro e Erna Shmidt, uma mulher pequena, tímida e sensível que adorava os versos de Goethe e de Schiller. Max cresceu em meio às peles, era tímido e se apaixonou por Frida, uma moça que trabalhava na loja do seu pai. Por conta da luxuria, roubou um casaco de pele da loja, dando de presente para sua amada, seu pai descobriu e expulsou-a pensando que ela havia roubado. Alguns anos se passam e Max volta a encontrá-la agora casada com um soldado nazista, mesmo assim os dois se entregam ao desejo. Não por muito tempo. Em um dos encontros, Frida alerta Max que seu marido descobriu tudo e que ele precisava fugir imediatamente e que existe um barco esperando por ele. Tudo começa quando Max perde o navio e embarca em outro com destino ao Brasil, a terra que Max sonhava em conhecer, mas o que ele não imagina é que esse barco nunca iria chegar ao seu destino.
Editora: L&PM POCKET
Pág: 125
Autor: Moacyr Scliar
Gênero: Novelas Brasileiras
O livro Max e os Felinos começa com um discurso escrito pelo o próprio autor sobre a polêmica que a imprensa gerou entre ele e o canadense Yann Martel que ficou conhecido pela a obra As aventuras de Pi, vencedor do premio Man Booker.
''Sim, um escritor canadense chamado Yann Martel havia recebido, na Inglaterra, o prestigioso prêmio Booker, no valor de 55 mil libras esterlinas, conferido anualmente a autores do Commonwealth britânico ou da República da Irlanda [...] sim, ele dizia que havia se baseado em um livro meu, Max e os felinos, publicado no Brasil em 1981, pela L&PM.''
(p.11 e 12)
Achei muito interessante ler todo o discuso que o autor escreveu. Logo nas primeiras paginas, ele comenta qual foi a sua primeira reação: a de estranheza por um escritor canadense ter copiado de um autor brasileiro. Moacyr tem uma certa preocupação em descrever as diferenças que ambas as obras possuem e deixa claro que a ideia de um livro que estava fazendo tanto sucesso ter tido como inspiração um livro de sua autoria não o incomodava, o que incomodava era a forma de como ele ficou sabendo. Fica entendido que a obrigação de Yann era pelo menos avisar a Moacyr que iria escrever um livro baseado na sua obra Max e os Felinos.
Após esse primeiro momento exite um outro texto que se chama ''De trânsitos e de Sobrevivência'' que ao meu ver nada mais é que um artigo escrito por Zilá Bernd, uma pesquisadora. Nesse artigo ela descreve todas as diferenças dos livros As aventuras de Pi e o Max e os Felinos. Resumindo: é quase um estudo mais aprofundado das diferenças existentes nas obras.
Só a partir da página 40 é que realmente começa a história do personagem Max, lembrado que essa edição é especial, pois foi republicada após o livro As aventuras de Pi ter levantado a questão sobre o possível plágio.
Logo nas primeiras páginas não tem como não lembrar de alguns trechos do filme principalmente quando Max se ver no barco a sós com o jaguar e todo o seu panico vindo à tona.
Outro ponto que lembrei muito do filme foi quando Max percebe que o jaguar está com fome e se ver obrigado (por motivos de sobrevivência) a pescar peixes para alimentar a fera.
'' O felino farejou o peixe, que ainda se mexia, agonizante. Matou-o com uma patada - uma cena de arrepiar - despedaçou-o com as garras e devorou as postas sanguinolentas''
(p.68)
Da pagina 41 até a página 79 a semelhança entre as duas historias é muito grande, mas após a página 79 é onde as duas histórias criam caminhos diferentes. Max chega ao Brasil e é aqui que ele refaz a sua vida, mas o medo dos nazistas (o motivo de ele ter fugido da Alemanha) ainda o persegue. É em Porto Alegre que Max vive, se casa e tem uma filha, mas é notável o seu pânico por qualquer farda que tenha o simbolo que represente o nazismo. Um dia, no alto da serra, uma casa está sendo construída. Max fica curioso para saber quem é o dono (acho que ele já estava com mania de perseguição) até que ele ver um rosto conhecido e uma nova etapa da aventura começa.
Um livro com uma narrativa cativante e envolvente, o personagem Max torna-se tão vivo e tão humano que em alguns momentos pensei que estava lendo uma biografia. Um livro na medida certa. Moacyr Scliar conquistou-me por sua forma especial de narrar. O livro transforma a leitura em um momento especial e único levando a nossa mente para uma outra dimensão, ele me fez lembrar as histórias que eu lia quando era apenas uma menina e adorava aventuras. O autor fez caber em um livro com menos de 125 páginas uma aventura e tanto. Engana-se quem pensa que esse livro narra apenas uma aventura de um rapaz que ficou preso no mesmo barco com um jaguar. Há nele uma filosofia... o medo de Max pelos nazistas sendo transformado em uma fera que some assim que um barco brasileiro o encontra à deriva, mas que retorna algum tempo depois, transformado em um rosto conhecido. Uma história que Yann Martel se inspirou mas não conseguiu levar para seu livro a forma tão magica e simples como é a escrita de Moacyr Scliar.
Olá
ResponderExcluirNão conhecia o livro.
Gostei, vou procurar esse livro.
Me interessei bastante.
Beijos
http://leituradelua.blogspot.com.br
Oi Luana tenho certeza que você vai gostar muito do livro,
Excluirbeijos
Gosto muito do Moacir Scliar e quero muito ler este livro!!!
ResponderExcluirJá estou seguindo seu blog e te desejo muito sucesso na blogosfera.
bj
Oi Ivi Obrigado por sua visita, vejo que agora temos mais algo em comum.
ExcluirMil beijos
Tbm não conhecia o livroo, mas parece ser bem intrigante ><
ResponderExcluirSim, o livro ele é intrigante e envolvente ele faz com que sua tarde de leitura seja mágica.
Excluirbeijos
Eu não tinha lido nada sobre esse livro, sabia que o autor de As Aventuras de Pi havia copiado, mas nunca tinha lido nada. Nenhuma resenha sabe? E nossa, fiquei encantada. Eu quero muito ler esse livro agora. E foi ridículo o que o Yann fez, não consegui gostar de As Aventuras de Pi por causa disso u.u haha Agora, sobre Max e os felinos eu não sabia que citava o nazismo.
ResponderExcluirE parece que o autor escreve muito bem né? Quero conhecer a escrita dele.
Adorei a resenha!
Beijos
Lendo & Apreciando