Autor de "Fins & Feriados", G.H. Oliveira explica como utilizou os dias de celebração para pensar sobre a existência humana e os sentimentos inerentes da vida em sociedade
Com a proximidade do Natal, muitas emoções vêm à tona: a alegria das confraternizações, o saudosismo de reencontrar familiares depois de anos, o medo do futuro e a melancolia dos finais de ciclo. Esses e outros sentimentos, típicos das datas comemorativas, serviram como inspiração para a publicação da antologia Fins & Feriados, escrita por G.H. Oliveira.
A obra utiliza o realismo fantástico para tratar sobre assuntos como luto, perdas, recomeços e encerramentos. No conto natalino, por exemplo, o Papai Noel vai se aposentar e se prepara para o último dia de trabalho, mas ele não esperava uma surpresa das crianças de um orfanato.
“Eu sempre defendo que é um livro sobre cura. E no melhor estilo possível, porque não é condescendente ou maçante, não é uma mensagem com cara de propaganda. São narrativas emocionantes de se acompanhar com personagens que a gente consegue se identificar e se projetar e, com isso, refletir sobre os fantasmas que carregamos dentro de nós”, afirma o autor. Confira abaixo a entrevista completa:
- De onde veio a inspiração para escrever um livro focado em datas festivas? Como foi a escolha delas?
G.H. Oliveira: Tudo começou com um concurso para uma antologia de Halloween. Nunca tinha escrito nada voltado para terror/suspense, mas decidi me aventurar. O que não esperava era ter ficado tão entusiasmado com esse processo de pegar os símbolos de uma data festiva, subvertê-los e aprofundá-los para criar uma história que tivesse o espírito do feriado, mas também que soasse algo novo, empolgante. O conto de Halloween acabou não sendo escolhido para a antologia, mas recebi excelentes feedbacks. Isso me motivou a pensar “e se eu escrevesse para outros feriados?”. A partir daí surge a minha antologia Fins & Feriados, que mais tarde venceu o prêmio “Conto Inesquecível” da Amazon com a história de Dia dos Namorados.
- Todas as histórias do livro foram pensadas especificamente para o livro, ou você reciclou ideias antigas e depois reuniu tudo nesta coletânea?
G.H. Oliveira: Todas foram pensadas especificamente para seus respectivos contos. Até porque a graça do processo era descobrir o que seria a história ao refletir sobre o que determinado feriado significava para mim e para as outras pessoas, qual gênero narrativo mais combinaria, como seria a estrutura da trama, quais os personagens mais adequados para guiar o leitor e entretê-lo.
- Cada história é muito diferente uma da outra, e com isso você mostra como cada data é única. Quais as principais mensagens e aprendizados que você deixa ao leitor nos contos de Fins & e Feriados?
G.H. Oliveira: Apesar de ser um livro que fala de assuntos densos, como perda e luto, eu sempre defendo que é um livro sobre cura. E no melhor estilo possível, porque não é condescendente ou maçante, não é uma mensagem com cara de propaganda. São narrativas emocionantes de se acompanhar com personagens que a gente consegue se identificar e se projetar e, com isso, refletir sobre os fantasmas que carregamos dentro de nós. Com sorte, nos ajuda a conviver melhor com esses fantasmas.
- Existe alguma data festiva não incluída no livro que você gostaria de abordar em uma história futura?
G.H. Oliveira: Eu tenho uma vontade tremenda de escrever uma história sobre Réveillon. Os símbolos, o clima, o significado, acho que tem tudo para render uma boa trama. Já rascunhei algumas ideias, mas nada muito certo ainda. Mas quem sabe? Às vezes o estalo que falta para tudo vir à tona, está mais perto do que eu imagino.
- Fins & Feriados é seu livro de estreia. Que aprendizados desse processo de escrita e publicação você irá levar para seus trabalhos futuros?
G.H. Oliveira: Quanto à escrita, o processo de me desafiar a escrever tantas coisas fora da minha zona de conforto me trouxe muito mais alegria e empolgação do que angústia. A liberdade que há naquilo que desconhecemos, que nos desafia, só aguça nossa criatividade.
Quanto à publicação, hoje me sinto muito mais seguro e confiante em publicar independente. Construí boas parcerias nessa caminhada e me reforçou essa ideia de que há várias “mãos” por trás da publicação de um livro, várias pessoas que agregam seus talentos e realçam a experiência que a sua obra causa ao leitor.
Sobre o autor: Guilherme Henrique Vieira de Oliveira nasceu em Teresópolis, mas cresceu em Volta Redonda, no interior do Rio Janeiro. Formado em Sistemas de Informação, divide seu tempo entre códigos e escrever histórias. É autor de O Viajante do Tempo, um dos contos incluídos à coletânea do Prêmio OFF FLIP 2023. Agora ele lança seu livro de estreia Fins & Feriados, que reúne cinco histórias baseadas em datas festivas. Dentre elas, a comédia romântica Nem sempre é para sempre, que foi vencedora do Prêmio Conto Inesquecível promovido pelo Amazon KDP.
Acompanhe o autor no Instagram: @ghescritor
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